Os primeiros Deuses Surgiram através da Civilização Antiga mais Evoluida da história os Sumérios. Que eram adeptos de uma religião politeísta caracterizada por deuses e deusas antropomórficos representando forças ou presenças nomundo material, noção esta bastante presente na posterior Mitologia Grega.
Os deuses originalmente criaram humanos como servos para si mesmos, mas os libertaram quando se tornaram difíceis demais de se lidar.
Muitas histórias na religião suméria aparecem homólogas a histórias em outras religiões do Oriente Médio. Por exemplo, a idéia bíblica da criação do homem, bem como o dilúvio de Noé, estão intimamente ligados aos contos sumérios. Os deuses e deusas da Suméria têm representações similares nas religiões dos acadianos, Cananitas e outros.
Da mesma forma, um número de histórias relacionadas a divindades têm paralelos gregos; por exemplo, a descida de Inanna ao submundo está impressionantemente ligada ao mito de Perséfone.
Aproximadamente 4000 anos antes de Cristo, a primeira versão do Nascimento do Universo foi dada da seguinte forma:
O universo surgiu quando Nammu, um abismo sem forma, enrolou-se em si mesmo num ato de auto-procriação, gerando An, deus do céu, Antu (Ki), deusa da Terra e Zuri, deus do equilibro entre as dimensões.
O Deuses Sumérios não eram Espirituais e sim Carnais nasciam e morriam e eram chamados de Annunakis (Aqueles que desceram dos Céus), acreditavam que esses Deuses habitavam um Planeta próximo ao nosso Sistema Solar chamado Níbiru ou 12ª rocha (12 Planeta).
A união de An e Ki produziu Enlil, senhor dos ventos, que eventualmente tornou-se líder do panteão dos deuses. Após o banimento de Enlil de Dilmun(a morada dos deuses) por violentar Ninlil, a deusa teve um filho, Nanna, o deus da lua (mais tarde chamado de Sin (ou Sinnu). Zuri revoltado com o acontecimento, criou uma dimensão abaixo da terra, uma dimensão neutra. Da união posterior entre Sin e Ningal nasceram Inanna (deusa do amor e da guerra) e Utu (deus do sol, depois chamado de Shamash). Também durante o banimento de Enlil, o deus tornou-se pai de três divindades do submundo junto a Zuri e Ninlil. O mais famoso foi Nergal.
Nammu também teve um filho, chamado Enki, deus do abismo aquático ou Absu. Enki controlava também os Me, decretos sagrados que governavam coisas básicas como a física, e complexas como a ordem social e a lei.
Na mitologia suméria, Anu ou An era o deus (dingir) do Céu, entre os Sumérios. Era filho de Anshar e Ki-shar, e esposo de Antu ou Ninhurdag, com que gerou Enlil. O seu nome parece significar precisamente céu, ou alternativamente, o zénite do Sol. Era o deus mais venerável e velho entre os Anunnaki, fazendo parte de uma importante tríade divina, integrada também por Enlil, o deus dos ventos, e Enki (Ea), o deus das águas.
Era um deus cultuado em toda a Suméria, havendo santuários seus espalhados por todas as cidades do País.
Quando Tiamat voltou sua ira contra os deuses Anunnaki, Anu prometeu a quem de aceitasse enfrentá-la, o seu trono e o governo do universo. Enki então aconselhou seu filho Marduk a aceitar a proposta de Anu e lutar contra Tiamat e seu campeão, Kingu. Marduk venceu e recebeu de Anu o trono divino. An significa senhor na língua suméria.
Quando os Acádios, de origem semita, liderados por Sargão da Acádia, dominaram a Baixa Mesopotâmia, adoptaram muitos dos deuses sumérios. An foi por estes cultivado sob a forma deAnu, e embora continuasse a ter um carácter nacional, passou a ser especialmente adorado na cidade de Uruk.
Adad (também conhecido como Adda, Anda, Hadad ou Addu) era um deus vinculado ao clima entre os acádios, sendo representado na iconografia segurando raios na mão. Seu nome é provavelmente aparentado da palavra árabe haddat, "trovão". A evidência onomástica de cidades como Ebla e Mariindica que ele era um deus popular nas regiões norte da Síria e da Babilônia.
O rei assírio Tiglath-Pilesar I teria construído um duplo santuário a ele na capital do império, Assur. Outra indicação de seu culto na assíria é a adoção de seu nome na onomástica real (por exemplo, no nome do rei Shamsi-Adad, invocação simultânea de Shamash e de Adad). Comum em maldições de documentos privados e oficiais, é normalmente acompanhado pela fórmula Ina beriq imuti matsu libriq ("com um trovão maldito ele atacará seu país"). Era considerado capaz de causar enchentes e amplas devastações. Mais tarde, veio a ser vinculado ao deus assírio Šamaš.
Inanna, na mitologia suméria, era uma irmã do deus-sol Utu, e se casou com o pastor Dumuzi, que a disputou com o agricultor Enkimdu, que, inicialmente, tinha a preferência da deusa.
Era a deusa (dingir) do amor, do erotismo, da fecundidade e da fertilidade, entre os antigos Sumérios, sendo associada ao planeta Vénus. Era especialmente cultuada em Ur, mas era alvo de culto em todas as cidades sumérias.
A sacerdotisa Enheduana compôs 42 hinos em sua homenagem; estes hinos são uma das principais fontes sobre a mitologia suméria.
Surge em praticamente todos os mitos, sobretudo pelo seu carácter de deusa do amor (embora seja sempre referida como a virgem Inanna); por exemplo, como a deusa se tivesse apaixonado pelo jovem Dumuzi, tendo este morrido, a deusa desceu aos Infernos para o resgatar dos mortos, para que este pudesse dar vida à humanidade, agora transformado em deus da agricultura e da vegetação.
É cognata das deusas semitas da Mesopotâmia (Ishtar) e de Canaã (Asterote e Anat), tanto em termos de mitologia como de significado.
O dia 2 de Janeiro é tradicionalmente consagrado a esta deusa.
Enki, entre os sumérios, era o deus do (Abzu) das águas doces (dos rios, canais e da chuva). A água (A, para os sumérios) tinha um significado também relacionado com o conhecimento ou a sabedoria. Por este motivo Enki era também conhecido como o deus do conhecimento e da sabedoria, portador dos segredos da vida e da morte.
Enki é o filho primogênito de Anu com uma concubina chamada Ninul e tinha por esposa oficial a sua meia irmã Damkina que depois foi nomeada Ninkique significa ("Senhora da Terra") filha de Alalu onde este se tornou pai de Enki por matrimônio. Ninki teve filhos com Enki, dos quais se destacam Marduk.
(Deus babilônico cultuado pelo rei Nabucodonosor), Ningishzidda e Nabu (o Nebo bíblico, e também teve filhas com outra meia irmã chamada Ninmah).
A descendência genealógica de Enki narrada em tábuas de argila pelas antigas civilizações começa a se tornar desconhecida após a queda do antigo império Babilônico e o desaparecimento da civilização Suméria; existem paralelos em outras culturas e povos que surgiram posteriormente e que possívelmente continuaram a relatar os acontecimentos com Enki, renomeando o antigo Deus da Suméria. O Deus Egípcio Ptah é um grande exemplo deste paralelo, não somente na semelhança da doutrina como também na cronologia dos fatos e todos os registros arqueológicos, portanto não se pode descartar a possibilidade de haver uma genealogia em toda a cultura do Egito que esteja se referindo ao antigo deus sumério Enki como Ptah. Outro paralelo pode-se traçar com o Deus Netuno dos romanos, conhecido por Poseidon pelos gregos.
Antu ou Ki (segundo os sumérios) era a deusa suméria da Terra. Era filha de Anshar e de Kishar esposa de Anu, com que gerou os Anunnaki e os Utukku (Utukki).
Antu também era conhecida como a famosa Ninhursag.
Enlil era o deus (dingir) sumério do Ar, senhor das tempestades e outras manifestações naturais ligadas à atmosfera (raio e o trovão). Era, acima de tudo, considerado o conector entre o Céu e a Terra, sendo o responsável pelo distanciamento entre os mesmos. Era também o senhor dos ventos e do ar. Segundo os mitos, assim que nasceu, se colocou entre seu pai Anu (Céu) e sua mãe Antu/Ki (Terra), distanciando-os para sempre. Tal evento provocou um coito interrompido e uma má gestação que ocasionou no nascimento de deuses híbridos, os Utukku.
Os mitos principais de Enlil, estão relacionados com suas disputas com os meio-irmãos Enki e Ereshikigal, o casamento com Ninlil. Quando Enlil ainda era um deus jovem, se apaixonou por Ninlil, mas antes violentou-a antes do casamento. Ninlil, foi até a presença dos grande Anunnaki e pediu justiça. Os 12 grandes deuses decidiram pela morte de Enlil, então ele foi expulso de Dilmun (a casa dos deuses), para habitar com Ereshkigal em Kur-Nu-Gia "A Terra do Não-Retorno".
Porém Ninlil o amava e decidiu segui-lo até ao submundo. A chegar diante dos três primeiros portões do reino de Ereshkigal, encontrou com seus guardiões, que na verdade eram disfarces de Enlil. Sob esses disfarces, Enlil convenceu Ninlil de que só poderia passar se lhe cedesse favores amorosos. Ninlil logo percebeu quem era e assim o fez, sendo fecundada e gerando Ashnan, Ninazu, Nergal, Ninurta e Nanna.
Durante o período em que esteve nos domínios de Ereshkigal, teve de se submeter a ela para retornar ao reino dos vivos e assim gerou com ela Namtar, o vizir da rainha infernal.
A tradução do seu nome em sumério dá precisamente «Senhor do Vento» («EN» = Senhor, Lorde; «LIL» = Vento, Ar); uma interpretação "por sentido" do nome seria «Senhor do Comando».
Nanna (sumério: DŠEŠ.KI, DNANNA) era o deus (dingir) sumério da Lua. Era geralmente representado com símbolos lunares (como um crescente sobre a cabeça). Era sobretudo cultuado emUr. Na Acádia, foi adoptado como Sin ou Sinnu (acádio: Su'en, Sîn).
Filho do deus Enlil e da deusa Ninlil. Quando Ereshkigal permitiu o retorno de Ninlil e Enlil para a morada do Anunnaki, pediu que Ninlil consagrasse um de seus filhos a ela. Esse filho foi Nanna que permanecia 27 dias no mundo dos vivos e depois desceia para ter com Ereshkigal e retornar ao céu. Foi assim que desposou Ningal, filha de Ereshkigal e gerou os gêmeos: Shamash eInanna (Isthar).
Embora, mais tarde, na Antiguidade Clássica a Lua fosse associada a deusas (Selena e Ártemis na Grécia; Luna e Diana em Roma), na Antiguidade Oriental era geralmente uma divindade masculina: Nanna na Suméria; Sin na Acádia; Tot e Khonsu no Egipto.
Ningal ("Grande Senhorita"), na mitologia suméria era a deusa da cana, irmã de Enki e Ningikurga e cônjuge do deus da lua Nanna, com quem gerou Utu, o deus filho, Inanna, e em alguns textos, Ishkur.
Ningal era cultuada principalmente em Ur, e provavelmente foi primeiro venerada pelos pastores das terras pantanosas do sul da Mesopotâmia.
Ninlil forneceu um óvulo seu para a criação do homem, posteriormente recebe o nome de Ereshkingal
Ereshkigal era uma das grandes divindades sumérias, filha de Anu o antigo senhor do Céu e Nammu, a senhora dos oceanos e irmã gêmea de Enki. O seu nome significa "Senhora da Grande Habitação Inferior" ou ainda "Senhora dos Vastos Caminhos", tal nome indica que é a rainha do inferno, pois "vastos caminhos" tanto como "terras vastas" eram eufemismos para se falar do Inferno, terra cujos caminhos são infindáveis e sem rumo certo. Assim, Ereshkigal é a rainha de Kur-Nu-Gia "A Terra do Não Retorno".
Apesar de ser a rainha do inferno e governante dos demônios e dos deuses obscuros, Ereshkigal é uma dos grandes deuses Anunnaki, a quem Anu delegou o dever de ser a juíza das almas dos mortos. Ela é quem julga os casos dos homens e mesmo dos deuses, mesmo depois de já julgados pelo grande conselho dos 12 deuses, como aconteceu com Enlil, quando do seu crime de violentar a jovem deusa Ninlil.
O motivo pelo qual Ereshkigal se tornou rainha do Inferno é de certo modo obscuro, alguns unem sua figura a de Ninlil, de modo que, após ter sido violentada, ela morre e então se torna a severa rainha do mundo inferior passando a se chamar então Ereshkigal. Outros textos antigos sugerem que por sua vontade ela abandonou o seio de Namu e partiu para descobrir o destino de Kur e outros irmãos que partiram para além do Mundo das coisas vivas, e lá chegando tornou-se a rainha dos deuses infernais.
Tinha sob seus serviços diversas divindades obscurar, entre elas, Husbishag (sua secretária) e Namtar seu vizir e mensageiro, e deus do Destino e da Sorte.
Os mitos dos quais Ereshkigal tornou-se uma deusas célebre por mitos como o de seu casamentos com Nergal e a descida de Ninlil e de sua irmã Inanna ao Inferno para recuperarem seus esposos. Certa vez, ao enviar Namtar como seu representante para ter com Anu e os demais Anunnaki, foi ofendida pelo jovem deus Nergal, que se recusou a reverenciar Namtar em honra dela. Todos os deuses temeram pelo destino de Nergal, pois Namtar contaria a sua senhora tamanha desfeita. Mas Nergal pouco se importou afirmando que não daria préstimo a uma deusa a quem nunca vira. Porém sua impáfia durou até que Enki lhe advertir sobre o tremendo risco que corria, já que os poderes de Ereshkigal eram imensos.Por conselho de Enki, Nergal desceu ao Inferno para se desculpar e acabou apaixonado por para beleza fulminante de Ereshkigal a quem julgava ser uma velha senil e horrenda.
No caso de Ninlil, anterior a Nergal, a donzela, mesmo ofendida e violentada por Enlil, decide descer ao Inferno para convencer Ereshkigal a devolver sua vida, já que ela no fundo o amava.
Por fim, foi a vez de Inanna (Isthar), de atravessar os nove portais do reino do Inferno e ver a face de Ereshkigal. Inanna, por sua realiza, beleza e nobreza, julgou que poderia enfrentar a irmã e exigir o retorno de Dumuzi, seu esposo. Mas com mão de ferro, Ereshkigal submeteu Inanna a todos os tipos de dor e humilhação diante de cada portal, nos quais era obrigada a se despir de alguma jóias ou peça de roupa, até que chegou nua e humilhada diante do trono da soberana infernal. Todavia a força do amor de Inanna causou tanto temor em Ereshkigal e ela a impalou lavando-a a morte. Não fosse pela intercessão de Enki, ao criar da sujeira sob suas unhas o belo mensageiro Asushunamir, para interceder e resgatar Inanna, ela teria ficado morta para sempre. Ele convenceu Ereshkigal a restituir a vida de Dumuzi e Inanna.
Ereshkigal também era chamada de Irkalla.
Utu é o deus (dingir) do Sol na mitologia Suméria. Filho do deus da Lua, Nanna, e da deusa Ningal. Seu irmão e irmãs são Ishkur, e os gêmeos Inanna e Ereshkigal.
Utu é o deus do Sol, da justiça, da aplicação da lei, e da dispensação do destino dos mortos. Ele é comumente descrito usando um capacete com chifres e carregando uma arma com uma serra na ponta. Pensava-se que todo dia, Utu emergia de uma montanha no leste, simbolizando a aurora, e viajava ou de carruagem ou de bote através da Terra, retornando a um buraco em uma montanha ao oeste, simbolizando o por do sol. Toda noite, Utu descia ao submundo para decidir o destino dos mortos. É também representado carregando uma clava, ereto com um dos pés sobre uma montanha.
O deus-sol é mencionado modestamente na mitologia suméria, com a notável exceção do Épico de Gilgamesh. No mito, Gilgamesh busca estabelecer seu nome com a ajuda de Utu, devido a sua conexão com a Montanha de Cedros. Gilgamesh e seu pai, Lugalbanda eram reis da primeira dinastia de Uruk, uma linhagem que Jeffrey H. Tigay sugere poder ser traçada ao próprio Utu. Adicionalmente, ele sugere que na versão babilônica do épico, a associação de Lugalbanda com o deus-sol é fortalecida.
Julga-se que seria uma divindade anterior à chegada dos próprios Sumérios e grande senhor dos Deuses. Seu culto era temido e venerado até na Grécia. Na Acádia, foi venerado sob o nome semita de Shamash.
Uttu É Deus da Magia do Universo e Senhor dos Astros. Conhecido Também como Bell.
Os Deuses acima citados foram os principais Deuses existem tanbém os Deuses e Deusas menores e os Semi Deuses e Semi Deusas:
- Os deuses e as deusas menores
Anshar
Ereshkigal
Husbishag
Isinu
Ninki
Nammu
Kingu
Kiskil-lilla
Namtar
Nebo (Nabu)
Nergal
Nidaba
Ninisinna
Ninkasi
Nusku
Tiamat
Utukku
- Semi deuses e semi deusas
Dumuzi
Gilgamesh
Geshtinasnna
Gugalanna
Humbaba
Enkidu (herói)
MITOLOGIA EGÍPCIA
A mitologia egípcia é a coleção dos mitos do antigo Egito, que descreve as ações dos deuses egípcios como uma forma de compreender o cosmos.
As fontes para o estudo da mitologia egípcia são variadas, desde templos, pirâmides, estátuas, túmulos até textos. Em relação às fontes escritas, os egípcios não deixaram obras que sistematizassem de forma clara e organizada as suas crenças. Em geral, os investigadores modernos centram-se no seu estudo em três obras principais, o Livro das Pirâmides, o Livro dos Sarcófagos e o Livro dos Mortos.
O Livro das Pirâmides é uma compilação de fórmulas mágicas e hinos cujo objectivo é proteger o faraó e garantir a sua sobrevivência no Além. Os textos encontram-se escritos sobre os muros dos corredores das câmaras funerárias das pirâmides de Sakara. Do ponto de vista cronológico, situam-se na época da V e VI dinastias;
O Livro dos Sarcófagos, uma recolha de textos escritos em caracteres hieroglíficos cursivos no interior de sarcófagos de madeira da época do Império Médio, tinha também como função ajudar os mortos no outro mundo;
Por último, o Livro dos Mortos, que inclui os textos das obras anteriores, para além de textos originais, data do Império Novo. Esta obra era escrita em rolos de papiro pelos escribas e vendida às pessoas para ser colocada nos túmulos.
Outras fontes escritas são os textos dos autores gregos e romanos, como os relatos de Heródoto (século V a.C.) e Plutarco (século I d.C.).
A Enéade de Heliópolis
Segundo o mito da criação de Heliópolis, no princípio existiam as águas do caos, Nun. Um dia uma colina de lodo chamada Ben-Ben levantou-se dessas águas, tendo no seu cimo Atum, o primeiro deus. Atum tossiu e expeliu Shu (deus do ar) e Tefnut (deusa da humidade). Shu e Tefnut tiveram dois filhos, Geb, deus da terra e Nut, a deusa do céu. Shu ergueu o corpo de Nut, colocando-o acima de Geb, e esta tornou-se a abóboda do céu. Nut e Geb tiveram por sua vez quatro filhos: Osíris, Isís, Seth e Néftis. Osíris tornou-se deus da terra, que governou durante muitos anos; Isís foi a sua mulher,rainha e irmã. Seth o deus seco do deserto invejava o estatuto de Osíris e um dia matou-o. Osíris foi para o mundo subterrâneo e Seth tornou-se rei da terra. Osíris teve um filho com Ísis chamado Hórus que decidiu vingar a morte do pai e reconquistar o trono. Hórus derrota Seth e torna-se o novo rei da terra, mas o seu pai permanece no mundo subterrâneo. Néftis era apaixonada secretamente por Osíris, um dia se disfarçou de Ísis e deitou-se com Osíris dando a Luz a Anúbis o deus com corpo de homem e cabeça de cão que presidia o mundo dos mortos
Ogdoáde de Hermópolis
Na cidade de Hermópolis, capital do XV nomo do Alto Egipto, dominava um panteão de oito deuses agrupados em quatro casais. A origem destes oito deuses variava: por vezes eram apresentados como os primeiros deuses que existiram; em outros casos eram filhos de Atum ou de Chu.
Os oito deuses tinham os seguintes nomes e representavam os seguintes conceitos:
- Nun e Naunet, o caos, o oceano primordial;
- Heh e Hehet, o infinito;
- Kek e Kauket, as trevas;
- Amon e Amaunet, o oculto;
Os oito deuses eram denominados como "Hemu", de onde derivou o nome original da cidade de Hermópolis, Khemenu. A designação de Hermópolis para o povoado urbano de Khemenu foi atribuída pelos gregos por associarem um importante deus da cidade, Tot, com o seu Hermes. Estes oito deuses actuavam colectivamente, ao contrário dos deuses dos outros sistemas, que eram autónomos.
As divindades masculinas deste panteão eram representadas como homens com cabeça de rã, enquanto que as femininas eram representadas como mulheres com cabeça de serpente. Considerava-se que estes quatro deuses foram os primeiros seres que existiram; a partir de uma interacção entre eles surgiu uma ilha, a chamada "Ilha das Duas Facas", onde estes deuses depositaram um ovo, do qual saiu a divindade solar Rá, que daria forma ao mundo. Existiam várias teorias para a origem do ovo, sendo este atribuído a um ganso ou um falcão.
Outra variante do mito afirmava que das águas do oceano primordial emergiu uma ilha, onde mais tarde seria construída Hermópolis. Nesta ilha existia um poço, no qual flutuava uma flor de lótus e onde viviam os oito seres referidos anteriormente. As divindades masculinas ejacularam sobre a flor e fecundaram-na. A flor de lótus fechou-se durante a noite; quando se abriu de manhã dela saiu o deus Rá na forma de um menino que criou o mundo.
Cosmogonia de Mênfis
Na cidade de Mênfis dominava um tríade composta pelos deuses Ptah, a sua esposa Sekhmet e o filho destes, Nefertum.
A teologia desta cidade é hoje conhecida graças ao texto da Pedra de Chabaka. De acordo com as inscrições da pedra, o texto original tinha sido conservado num papiro guardado nos arquivos de um templo de Ptah. Este papiro encontrava-se num avançado grau de deterioração quando o faraó Chabaka (século VIII a.C.) ordenou que o texto fosse inscrito numa pedra de granito. Infelizmente os habitantes da cidade acabaram por utilizar a pedra como elemento de um moinho, o que provocou estragos na mesma. Os estudos mais recentes sobre a pedra mostram que o estilo do texto foi premeditadamente escrito de forma a espelhar uma linguagem arcaica.
Neste sistema Ptah era o deus criador. Divindade associada aos artesãos, o deus era representado como um homem com corpo mumificado. Era considerado como o criador de tudo, inclusive dos deuses.
Ptah criou o mundo usando o coração e a língua. Para os Egípcios o coração era o centro da inteligência, sendo no sistema menfita a língua o centro criador. Ptah era simultaneamente Nun e Naunet (feminino de Nun) e gerou Atum a partir do seu coração e da sua língua. Este sistema não rejeitava a Enéade de Heliópolis, simplesmente considerava Ptah como criador dessa Enéade; Atum era um agente da vontade Ptah. O deus Ptah era também considerado o criador do ka ou alma de cada ser.
Sekhmet era uma deusa feroz, que segundo um mito tinha atacado a humanidade por esta ter desrespeitado Rá. Era representada como uma leoa ou como uma mulher com cabeça de leoa.
Nefertum era o deus da felicidade, sendo representado como um jovem com uma flor de lótus na cabeça. Mais tarde, Nefertum seria substituído como filho deste casal por Imhotep, personagem que teve existência histórica (foi o vizir do rei Djoser da III Dinastia).
Cosmogonia de Tebas
O nome egípcio de Tebas, cidade do Alto Egipto próxima da Núbia, era Uaset. Mais uma vez deve ser salientado que a designação de "Tebas" é de origem grega.
Tebas foi durante bastante tempo uma cidade pouco relevante. A partir do Império Novo ela adquire grande importância, relacionada com o facto dos reis fundadores da XVIII Dinastia (uma das dinastias que constituem o Império Novo), serem oriundos da cidade. Estes reis foram responsáveis pela expulsão dos Hicsos, povo estrangeiro que dominou o Egipto. Assim, quando Tebas se transformou na capital do Egipto não foi só a cidade que ganhou importância, mas também os seus deuses.
O principal deus de Tebas era Amon, representado como um homem com uma túnica preta e duas plumas na cabeça; poderia também ser representado como um carneiro ou um ganso. Como foi referido anteriormente, Amon estava associado ao oculto. Os sacerdotes tebanos aproveitaram elementos de outros deuses que atribuíram a Amon. Em concreto, Amon passou a ser visto como o demiurgo, retirando essa função ao deus Rá. Os sacerdotes afirmaram também que Amon era o monte primordial, tendo sido Tebas a primeira cidade a existir no mundo e que por conseguinte, ela deveria servir como modelo a todas as outras cidades.
Na cidade de Tebas a esposa de Amon não era Amaunet, como referia a cosmogonia hermopolitana, mas Mut. Este casal tinha um filho, Khonsu, uma divindade lunar.
Cosmogonia de Elefantina
Elefantina é o nome grego de uma pequena ilha no Nilo situada junto da primeira catarata.
Nesta ilha dominava uma tríade encabeçada por Khnum, divindade com uma cabeça de carneiro, que representava a criatividade e o vigor. Para os Egípcios, Khnum criava os seres humanos no seu torno, tal como o oleiro cria as suas peças. As esposas de Khnum eram Satet e Anuket (ou talvez, segundo outra hipótese, seriam respectivamente esposa e filha do deus). Satet era responsável pela inundação do Nilo (que gerava a fertilidade dos solos no Antigo Egipto) e Anuket encontrava-se também associada ao elemento água.
Os principais Deuses Egípcios São:
RÁ-ATUM
Principal deus egípcio, Rá é o responsável pela criação do mundo e representa o Sol. Ele é descrito de diversas formas, desde com a face de uma ave de rapina até como um escaravelho. Os egípcios acreditavam que seu rei (o faraó) era a encarnação de Rá.
OSÍRIS
Descendente direto de Rá (o deus da criação), Osíris é o filho mais velho do casal Geb e Nut. Ele reinou sobre a Terra como o primeiro faraó do Egito. Isso até ser assassinado por seu irmão Set. A partir daí, Osíris virou o deus supremo e o juiz do mundo dos mortos.
ÍSIS
Dona de poderes mágicos, protetora e piedosa, a irmã-esposa de Osíris era muito popular - foi a última divindade egípcia a ser adorada na Europa antes da chegada do cristianismo. O rio Nilo nasceu das lágrimas que ela derramou quando Osíris morreu.
SET
O deus do caos é o responsável pelas guerras e pela escuridão. Matou o irmão, Osíris, mas perdeu a supremacia do Egito para o sobrinho Hórus. Tem a forma do porco-formigueiro - animal raro da África.
NEPHTHYS
No vale-tudo da mitologia, foi irmã-esposa de Set e de Osíris. Após a morte deste, separou-se de Set e se juntou a sua irmã Ísis em luto. É associada ao culto dos mortos e mostrada às vezes como uma mulher ao lado de sarcófagos.
HÓRUS
Filho de Osíris e Ísis, tem cabeça de falcão e é o protetor dos faraós e das famílias. Quando perdeu o pai, lutou contra Set pelo trono de principal deus do Egito. Após intervenção de Osíris, direto do "Além", os demais deuses aclamaram Hórus como líder supremo.
HATHOR
A esposa de Hórus é a deusa guardiã das mulheres (especialmente as grávidas) e protetora dos amantes. No Egito antigo, a vaca era considerada um animal gentil, por isso Hathor era representada com a cabeça ou as orelhas de uma vaca.
ANÚBIS
O deus com cabeça de chacal nasceu da união de Osíris e Nephthys. Foi ele quem criou a primeira múmia, ao preparar o corpo do pai assassinado. Tem papel importante na passagem para o mundo dos mortos.
THOTH
Sua origem é polêmica: alguns textos o apresentam como filho de Rá, outros, como de Set. Com cabeça de uma ave - a íbis - é o deus da Lua, da sabedoria e da cura. É o patrono dos escribas e trouxe os hieróglifos ao Egito.
BASTET
Ligada à fertilidade, é a deusa da sexualidade e do parto. Após o ano 1000 a.C., sua imagem ganhou a forma de gato - animal que para os egípcios traz boa sorte. É mais uma das filhas de Rá.
SEKHMETH
A poderosa deusa com cabeça de leoa é filha de Ra, mas reflete o aspecto destrutivo do Sol. Foi enviada por Rá para punir os humanos que passaram a adorar um deus em forma de serpente.
O MITO DA CRIAÇÃO Separação de deuses irmãos marca origem do mundo dos humanos
1. Os primeiros filhos de Rá foram Shu (deus do ar) e Tefnut (deusa da umidade). Como é comum nessa mitologia, os irmãos formaram um casal e tiveram como filhos Geb (deus da terra) e Nut (deusa dos céus). Ao nascer, os netos de Rá se juntaram num abraço, formando outro casal.
2. Rá não gostou muito dessa história e ordenou a Shu que ele separasse os filhos. Este empurrou Nut para cima e pressionou Geb para baixo. Enquanto Nut se tornava o céu que cobre o mundo, Geb virou a terra em que vivemos. E Shu permaneceu entre os filhos, representando o ar que as pessoas respiram.
JULGAMENTO FINAL O "inferno" para os egípcios era ser devorado por um deus após a morte
1. Toda pessoa ao morrer era recebida pelo deus Anúbis. Ele tinha a missão de pesar o coração dos mortos em uma balança, uma espécie de avaliação de como a pessoa havia se comportado em vida.
2. Após ter o coração pesado, o morto era encaminhado para um julgamento final perante Osíris, que o questionava sobre diversas passagens da vida. Nessa conversa, Osíris podia até aliviar a barra de quem tivesse o coração "reprovado na balança".
3. Os aprovados viveriam para sempre em um paraíso similar à Terra na companhia dos deuses. Os reprovados eram devorados por Amnut, deusa representada pelos três animais mais temidos no Egito: ela tinha cabeça de crocodilo e corpo com partes de leão e de hipopótamo.
A Cruz Egípcia
Ankh, (pronuncia-se "anrr" nas línguas semitas como hebraico e árabe a junção das consoantes k e h cria o som de dois r em um fonema a partir da garganta como uma expiração) conhecida também como cruz ansada, era na escrita hieroglífica egípcia o símbolo da vida. Conhecido também como símbolo da vida eterna. Os egípcios usavam-na para indicar a vida após a morte.
A forma do ankh assemelha-se a uma cruz, com a haste superior vertical substituída por uma alça ovalada. Em algumas representações primitivas, possui as suas extremidades superiores e inferiores bipartidas.
Há muitas especulações para o surgimento e para o significado do ankh, mas ao que tudo indica, surgiu na Quinta Dinastia. Quanto ao seu significado, há várias teorias. Muitas pessoas vêem o ankh como símbolo da ressureição.
Muitos, sem ter qualquer conhecimento sobre a história de Ankh, acabam afirmando que este é um símbolo originalmente satânico ou um símbolo criado por algum culto de magia negra, porém, acredita-se que o seu real significado (que originalmente era egípcio) aponta para uma direção oposta a da cultura popular, pois a ideia mais aceita é de que o ankh na verdade seja um símbolo relacionado a vida.
A alça oval que compõe o ankh sugere um cordão entrelaçado com as duas pontas opostas que significam os princípios feminino e masculino, fundamentais para a criação da vida. Em outras interpretações, representa a união entre as divindades Osíris e Ísis, que proporcionava a cheia periódica do Nilo, fundamental para a sobrevivência da civilização. Neste caso, o ciclo previsível e inalterável das águas era atribuído ao conceito de reencarnação, uma das principais características da crença egípcia. A linha vertical que desce exatamente do centro do laço é o ponto de intersecção dos pólos, e representa o fruto da união entre os opostos.
Andrew H. Gordon e Calvin W. Schwabe especulam no livro The Quick and the Dead de 2004 que os simbolos Ankh, Djed e Was tem uma base biológica derivados da cultura de criação de gado do antigo egipto (ligado á crença egípcia de que o sémen era criado na coluna vertebral), assim:
O Ankh, símbolo da vida, vértebra torácica de um touro (visto em corte transversal);
O Djed, símbolo da estabilidade, a coluna vertebral de um touro;
O Was, símbolo do poder e dominação, o pênis seco de um touro símbolo da deusa Wosret ou Wasret.
Apesar de sua origem egípcia, ao longo da história o ankh foi adotado por diversas culturas. Manteve sua popularidade, mesmo após a cristianização do povo egípcio a partir do século III. Os egípcios convertidos ficaram conhecidos como Cristãos Cópticos, e o ankh (por sua semelhança com a cruz utilizada pelos cristãos) manteve-se como um de seus principais símbolos, chamado de Cruz Cóptica.
No final do século XIX, o ankh foi agregado pelos movimentos ocultistas que se propagavam, além de alguns grupos esotéricos e as tribos hippies do final da década de 60. É utilizado por bruxos contemporâneos em rituais que envolvem saúde, fertilidade e divinação; ou como um amuleto protetor de quem o carrega. O ankh também foi incluído na simbologia da Ordem Rosa-Cruz, representando a união entre o reino do céu e a terra. Em outras situações, está associado aos vampiros, em mais uma atribuição à longevidade e imortalidade. Ainda encontra-se como uma alusão ao nascente-poente do Sol, simbolizando novamente o ciclo vital da natureza.
E diziam também que quem usa-se este simbolo em algum lugar do corpo, estaria protegido pelos deuses egípcios.
O faraó Amenófis IV (1372 – 1345 a.C.) transformou radicalmente as crenças religiosas impondo o culto a um único deus, Aton, que se identificava com o disco visível do Sol. Essa reforma religiosa teve conotações políticas, pois visava enfraquecer os sacerdotes do deus Amon, que representavam um perigo para a monarquia, devido ao seu grande poder político e econômico. Os bens dos templos de Amon foram confiscados pela monarquia e a cidade de Tebas, cidade do deus Amon, deixou de ser a capital, que foi transferida para El Amarna.
Como essa pretensa reforma religiosa não tinha bases sociais sólidas, os sacerdotes de Amon recuperaram seu poder após a morte de Amenófis IV, que havia mudado seu nome para Akhenaton para identificar-se com o novo deus.